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ENTREVISTA: Roberto Longarço e "Dusk in the ATlantic Forest"


Dimensões: 65x30x25cm
Volume: 48L
Filtragem: Canister Eheim Classic 2211
Iluminação: 2 x ADA Na Lamp PL 36W, 1 X JBL Solar T8 18W e 1 x JBL Solar Color T8 18W - 10 horas/dia.
Substrato: Seachem Flourite Black, ADA Penac P, ADA Penac W, ADA Bacter 100, ADA Clear Super and ADA Tourmaline BC.
Fauna: Hyphessobrycon elachys e Crossocheilus siamensis.
Flora: Rotala rotundifolia, Rotala sp. "Green", Rotala sp. "Nanjensham", Rotala wallichii, Hemianthus micranthemoides, Micranthemum umbrosum e Hemianthus calitrichoides "cuba".
Manutenção: Sistema de fertilização completo Seachem, todos os dias e duas trocas parciais semanais de 30%.

De onde veio a inspiração para esse layout?
Normalmente leio muitos livros de paisagens e fotografias, e lembro-me de uma foto que me inspirou, que era de uma montanha bem florida do Japão, provavelmente na primavera. Resolvi me basear nesta foto e adicionar alguns elementos da nossa Mata Atlântica.

Possui alguma preferência quanto a hardscape? Por exemplo, prefere trabalhar com pedras ao invés de troncos?
Costumo trabalhar mais com rochas, embora já tenha montado muitos aquários de troncos e mistos de troncos e rochas.


Em que seqüência costuma organizar os elementos que vão compor o paisagismo?
Primeiro faço um estudo só com os hardscapes. Depois acrescento o substrato, assim consigo visualizar os relevos aos quais vou trabalhar, mas sempre com a idéia na cabeça das plantas e peixes que irão compor o aquário.


Costuma fazer algum tipo de desenho prévio para organizar a idéia no papel antes da montagem?
Sim, sempre desenho alguns estudos de layout. Mas o que me ajuda muito são fotos que tiro durante a montagem dos meus layouts. Trabalho com o Adobe Photoshop dando volumes às plantas para ter uma idéia de como vai ficar o todo.


Após a montagem, foi alterada alguma vez a posição do hardscape?
Procuro mexer muito pouco no hardscape, mas infelizmente algumas alterações acabam sendo inevitáveis. Às vezes precisamos corrigir uma inclinação ou até mesmo trocar algumas peças do hardscape.


Dusk in the Atlantic Forest: porque este nome?
Achei o nome apropriado para o que estava sentindo durante o processo de finalização do layout.


Alguns pensam em um nome e criam um paisagismo inspirado no título. Outros definem o nome da montagem após a evolução do aquário. Como acontece em seu caso?
Neste caso específico o título foi definido a partir do resultado final.


Há diversas “regras” de proporção que são aplicadas nas artes e se enquadram no aquapaisagismo. Quais costuma utilizar em suas montagens? Neste aquário, como se pode perceber essa preocupação?
Neste aquário eu tentei chamar a atenção mais para o canto esquerdo, onde se encontra a maior parte das plantas vermelhas e o maior numero de rochas, tornando a visão mais atraente para a proporção áurea. A regra que mais utilizo é a proporção Áurea e a lei dos terços.


Quanto tempo demorou para começar a fertilização líquida e que produtos foram usados?
A partir da segunda semana eu comecei a fertilizar, utilizando a Linha Flourish completa da Seachem. Duas trocas parciais semanais e fertilização diária.


O que leva em conta para dimensionar a quantidade de luz a ser utilizada em cada montagem? Que tipo de Lâmpadas foram usadas nesse aquário?
A variedade das plantas, suas cores e seu crescimento específico. Dou preferência a lâmpadas de qualidade, como as da marca JBL e ADA que são específicas para aquário plantado. Neste aquário usei: 2xPL36W ADA NA Lamp + 2xT8-18W JBL.


E as tão indesejáveis algas... Houve alguma batalha contra elas nesse layout? Como as combateu? Ou então, como as preveniu?
Tive em um momento de instabilidade do meu aquário, onde os parâmetros de fertilização estavam desequilibradas. A correção se deu gradativa com a certa fertilização.


Como foi feito o trabalho de poda para moldar o layout dessa forma?
O trabalho de poda era semanal, pois cada planta tinha um timing de crescimento diferente uma das outras.


Qual foi o maior desafio na confecção desse layout?
Foram dois os maiores desafios: o primeiro foi conseguir chegar no adensamento adequado com o trabalho árduo das podas semanais e o outro foi tornar as cores mais intensas.


O que mais te agrada nessa montagem? Por outro lado, há algum ponto onde pensa que poderia ter dado uma melhor trabalhada?
O que me chama mais a atenção neste trabalho foi às formas que consegui deixar as moitas e as cores das plantas que contrastaram entre si. Com certeza todos os aquários que monto, depois da foto do campeonato, sempre acho defeitos ou melhorias a serem feitas, mas isso faz parte da evolução do aquapaisagista. Sem isso, eu não teria motivação para a cada ano montar um novo layout.


Que equipamento utiliza para tirar fotos de suas montagens?
Uma câmera Canon de 12,1 megas e um conjunto de 2 flashes.


Fotos de aquários, especialmente plantados, exigem algumas técnicas. Como é a preparação para a sessão de fotos de seus aquários?
Utilizo um Haze box e alguns suportes para flash, apago as luzes do local em que se encontra o aquário e tento eliminar todos os reflexos com um grande pano preto, isso sem contar a paciência.


DICAS PARA OS ASPIRANTES A AQUAPAISAGISTAS

Qual o caminho para internalizar os conceitos do Estilo Nature? Quais são suas dicas e considerações finais?
Primeiro leia bastante sobre o assunto, tente aumentar seu arquivo de imagens da natureza, de fontes de inspiração e de conhecimento. Procure entender a natureza e aprenda com ela. Veja-a com outros olhos. Dê um tempo no seu dia atribulado de trabalho e pare para olhar as simples formas de vida. Isso facilitará o modo como você terá que encarar seu Nature Aquarium.

Não tente trabalhar com plantas difíceis, aprenda a trabalhar primeiro com as mais fáceis, que a evolução será natural. A concretização de uma idéia, às vezes é emperrada pela falta de conhecimento técnico, por isso sempre procure por um profissional ou pessoas mais experientes para uma discussão sobre seus objetivos e de como alcançá-los.


(por Lord_Wolf em 12 Dez 2012, 18:36
Entrevista sobre o aquário DUSK IN THE ATLANTIC FOREST, de Roberto Luiz Longarço)
 

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