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Aquascaping ou Aquapaisagismo (a editar)

Aquascaping ou Aquapaisagismo
Aqua

Relacionado com água ou ambiente aquático
Aquapaisagismo ou Aquascaping

[SM] (Aqua + Paisagem + Ismo) 

1. Paisagem - representação de paisagens pela pintura ou desenho.
2 (arquitectura): estudo complementar da arquitectura que consiste nos processos de preparação e realização de paisagens.
Portanto, se juntarmos os três radicais, teremos, por definição:
Aquapaisagismo

Representação de paisagens dentro de ambientes aquáticos. Envolve também, na elaboração destes ambientes a sua correcta manutenção afim de atingir os melhores resultados possíveis, dentro de um planeamento pré-existente.

O aquapaisagismo, como um todo, pode ser dividido em algumas áreas:
  • Hardscaping (Estruturas como rochas, areão, troncos)
  • Flora (Plantas)
  • Fauna (Peixes)
Explicação detalhada de cada item acima descrito:
Hardscaping
Hardscaping é o planeamento do posicionamento de materiais inertes, destinados à decoração e estrutura do aquário. Em plantados (Nature Aquarium), são utilizados rochas e troncos. Considerado como esqueleto do aquário, o Hardscaping proporciona ao aquário a noção de profundidade, podendo ser o divisor de planos, ou mesmo o ponto de destaque do aquário (ponto focal), e em geral, é o que difere um aquário normal de um aquário bem planeado.

1.1 - Uso de Troncos
Utiliza–se troncos e raízes de madeira como material decorativo. Neste tipo de Hardscaping, é muito desejável a utilização de galhos ou troncos de base sólida mas com ramificações. Este tipo de material de qualidade é relativamente difícil ser encontrado em lojas.
Como esse tipo de tronco ainda é muito complicado de ser encontrado nas lojas, é comum o uso de alguns artifícios, como por exemplo: compra de diversas peças de vários troncos com uma única ramificação (ponta) unindo-os de forma a gerar um único arranjo, com aspecto o mais natural possível.
Para a junção, utilizam–se materiais inertes, pedras, ou linhas de nylon (fio de pesca) que não se decompõem. O desenho é um exemplo de uma possível composição de troncos:
No caso apresentado acima, usei uma quantidade de troncos que sozinhos, não obteriam resultado desejado, sendo simplesmente troncos de madeira... ao uní-los e direccioná-los, consegue-se um efeito melhor. O layout pretendido é o de ilha, com base em plantas de crescimento lento e de média iluminação. A base do layout seria feito com Blyxas ou ainda Cryptocoryne wendtii, de modo a criar solidez no aquário. entre os troncos, na base, algumas Microsorum, fechando este "espaço" central (localizado no ponto focal, destaque do aquário); ao fundo algumas Cyperus helferi crescendo e deitando sob a coluna de água fechariam o layout. Um tapete de Eleocharis minima seria bem vindo, apenas para completar o visual mais "wild" "Natural" do Aquário.

Outro tipo de layout, desta vez em triângulo... com praticamente as mesmas peças, desta vez com um arranjo diferente, mas com a mesma lógica... note que este arranjo possui mais base, sendo menos necessário um trabalho com plantas para disfarçar a posição dos troncos. Do mesmo modo, com alguns fetos, tapete e algumas plantas ao fundo, completando o layout.

Alguns troncos podem boiar, o que não é necessariamente   impeditivo para o seu uso no aquário, pode amarrar a  uma pedra para que o mesmo se mantenha no fundo do aquário.

Requisitos para o uso de troncos:
  • alta densidade
  • não soltar seiva
  • não usar troncos verdes
  • evitar madeiras moles (rápido apodrecimento do material)
Evitar:
  • Troncos com cortes muito grandes
  • Cortes aparentes
  • Troncos muito largos ou altos
1.2 – Uso de Rochas
 
Em linhas gerais, busca–se criar um ambiente com vários níveis, utilizando rochas com tamanhos e/ou formas diferentes, com posicionamento distinto.

Recomendações gerais
  • Utilizar sempre rochas iguais de tamanhos variados
  • Evitar rochas redondas
  • Evitar rochas do mesmo tamanho
Levando em consideração o conceito de aquascaping supõe-se  que o aquário seja uma pequena parte da natureza ou que remeta a uma paisagem Natural. 

Portanto, imagine que as rochas encontradas neste local sejam sempre iguais (mesmo material, origem e composição).
Esteticamente, o uso de pedras arredondadas é desaconselhável, pois dificulta na criação de layouts, pois com a ausência de arestas torna a triangulação particularmente complicada. 
No entanto, há possibilidade de criação de bons layouts utilizando rochas arredondadas, mas sempre com um grau de dificuldade bem maior, e utilizando sempre desníveis de substrato e também um outro ponto de destaque.
Pelo mesmo motivo, as rochas do mesmo tamanho não são aconselháveis, pois a triangulação é praticamente impossível. 
Outra razão é que criam um efeito de barreira, criando pontos de tensão desnecessários.

Exemplos:
Neste desenho, percebe-se que o tamanho das rochas foi uma das preocupações. Para além disso, a variação de altura e posicionamento das rochas cria planos distintos, que serão completados com a textura das plantas. 
Algumas pedras aparentemente soltas são utilizadas para criar pontos de alívio de tensão, bem como melhorar pequenas imperfeições de encaixe das rochas, em especial na parte frontal das rochas, onde não haverá plantas.
Textura e linhas das pedras são importantes, também, pois elas remetem aos pontos de interesse que você deseja mostrar no aquário no caso acima, utilizei as pedras de modo que formassem um V, salientando o layout final. Além disso, o plano original é que as plantas para quais as linhas de ranhuras das rochas apontam tendem a ser destaque no layout. Mesmo na imagem, dá para notar que as ranhuras apontam para fora, efeito que será complementado com um correto trabalho de poda nas plantas, futuramente.

Neste caso, a disposição das pedras é mais espassada, mas igualmente trabalhada, este é um aquário menos óbvio, que demanda uma certa imaginação do aquariofilista. O conjunto central está sobre o ponto focal do aquário, e entre as pedras menores, haverá pequenas pedras cobertas por Weeping moss (Vesicularia ferriei) e logo antes da rocha maior, Pogostemon helferi; ao fundo, Rotala sp. ceylon com alguns ramos de Ludwigia arcuata, apenas para dar um certo tom de vermelho. Atrás do conjunto à esquerda do aquário, um tapete (apenas na parte de trás do aquário) de Eleocharis accicularis misturado com E. minima mais à frente, para não ter um efeito de paredão, e suavizar a queda até o substrato; porfim, entre as rochas frontais e  laterais, pequenos conjuntos de Hemianthus callitrichoides terminam o layout....
Sobre o hardscaping, diferente do aquário anterior, estas rochas quase não possuem ranhuras e relevos e o que direcciona o layout é o relevo feito no substrato e também a própria inclinação das rochas (suave). O factor realmente determinante neste tipo de aquário é o trabalho de poda feito nas plantas, e a escolha das mesmas.

 
Este aqui é um clássico exemplo de Iwagumi. Pode ser descrito como um misto dos dois aquários anteriores, neste exemplo, tanto ranhuras quanto inclinação são indispensáveis para que o aquário demonstre todo o potencial visto na hora da execução. Uma boa iluminação também ajuda muito, em especial na hora de fotografar, criando efeitos de luz e sombra, que fazem ressaltar os desenhos das rochas, o espaço entre as rochas será tomado pela Pogostemon helferi, e ao fundo, algumas mudas de Valisneria nana contrastarão com o tapete não completo de Hemianthus callitrichoides.

Requisitos para a escolha da rocha:
 
ROCHA INERTE: a rocha para aquários (em especial plantados) não pode alcalinizar a água do aquário. Um bom teste é pingar algumas gotas de ácido ou acidificante no acto da compra. Se a mesma borbulhar, invariavelmente será inútil para o aquário, pois alterará o Ph do aquário.
Notas sempre importantes:
  • Rochas não devem nunca ficar semienterradas: explicando melhor, nenhuma rocha deve ficar com a base delas mal enterradas, além de ficar esteticamente incorrecto, vale a pena lembrar que na natureza, o que se vê é que o substrato não é completamente estático, ou seja, ele se desloca e acaba cobrindo a base das pedras.
  • As rochas que ficarão inclinadas SEMPRE devem possuir uma base, de novo, recorrendo à natureza: a água está sempre em movimento, e com certeza, não chovem pedras, ainda mais pedras grandes, ou seja, para uma pedra ser encontrada inclinada, ou há uma pedra mais em baixo, apoiando a mesma ou houve acção da erosão "destruindo a base" da mesma.
1.3 - Hardscape Misto
Sem dúvida, o tipo de hardscaping mais visto atualmente. Esta preferência é facilmente explicável, pois:
  • Há mais possibilidades de criação
  • Complementação de elementos
  • A ausência de um dos materiais (tronco ou pedra) pode ser suprida por outro
  • Ausência (quantidade) de bons materiais, mesmo em lojas especializadas
Quando se trabalha com ambos os materiais, cria –se mais possibilidades de criação de bons aquários, pois um dos elementos pode suprir as carências de outro. Por exemplo: quando se tem troncos sem base, pode-se suprir este “buraco” com a colocação de rochas na base do arranjo
Outro motivo para que o aquário de hardscape misto seja tão difundido é porque há uma grande dificuldade de encontrar troncos e rochas de qualidade no mercado aquarístico brasileiro.

No desenho acima (um cubo de 23cm de lado), percebe -se bem o que eu estava falando a respeito da base do layout. O tronco em si, tem um desenho muito bonito, mas a sua base era muito feia, e enterrá -lo até o ponto que a base ficasse aceitável era praticamente impossível. A saída foi a utilização de pequenas rochas para criar uma base mais sólida e bem mais atraente, sem cortes ou reentrâncias abruptas. Dado o diminuto tamanho do aquário, utilizar o subterfúgio de plantas como base seria praticamente impossível, sem comprometer todo o paisagismo e denunciar o real tamanho do mesmo.

Outro hardscape misto, desta vez com ênfase no tronco (uma pequena raiz). Sozinha, era uma peça que estava jogada em um canto do meu escritório... com o correto posicionamento, e as pedras em volta, o aquário ficou bem mais natural, e com as plantas corretas, dará um bom paisagismo... neste aquário, estava pensando em carpete de Utricularia graminifolia, Valisneria nana ao fundo e um pouco de musgo (ainda a definir) entre as rochas e em alguns pontos do tronco.

Algumas dicas importantes, quando se fala de hardscape:
  • Sempre que encontrar uma boa peça em alguma loja, adquira –a. Com certeza ela será útil no futuro
  • procure pedras em vários locais. Algumas boas opções são marmorarias, pedreiras e lojas de jardinagem.

Enfim, este é um manualzinho básico em relação ao planejamento do seu hardscaping... aconselho fortemente a quem estiver lendo o blog que faça alguns desenhos, trabalhe sempre fazendo alguns sketches e principalmente, colecione fotos, revistas, artigos, livros e fotografe sempre que achar alguma paisagem interessante...
Apenas para ilustrar o que estou falando, aqui está uma foto de um lugar que visitamos, no litoral de São Paulo, e que poderia render um excelente pedragismo!!





(baseado no artigo de Reinaldo, sekaiscaping)

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(by Aquahobbie)




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